Parodia da poesia cura-corno by FenrirSleeps, literature
Literature
Parodia da poesia cura-corno
Cartomante de tecidos,
Caminhas para o horizonte
Onde os trapos se despem,
Pétala a pétala,
Como o vestido de noivado
Do noivado que não aconteceu.
Estás triste? Nós também.
Embrulhados na onda como cintos de robe
Do teu quarto em chamas,
Onde queimavas os ases de copas
Em asas escarlate.
Não temo o futuro.
Temo-o tanto como a nódoa de tinto
Nas vilosidades pronunciadas da tua carpete,
Comprada naquela grande superfície
Onde tudo é tão branco...
E tão encarnado...
De rosas na boca, um bukê imenso
Delas, até não te caber mais um espinho que seja
No céu da boca -