Sinto-me farta. Completamente farta. De tudo. De todos. Tédio. Aborrecimento. Rotina. Sempre as mesmas caras. Sempre as mesmas ruas. Estou farta. Não as odeio. Não é isso. O problema está em mim. O pavio acabou-se. O que me fazia viver aqui já não me pode suportar. Gastei os meus créditos. Gastei o ar todo daqui. Sufoco. Atingi a meta. Mas preciso de continuar a correr. Preciso de outra corrida. Vou-me embora. Preciso de me ir embora. Quero ir embora. Mas não vou. Não vou porque estou presa. Presa à rede de segurança. Não me agarro aos trapézios nem desço para o ch
Sempre tive um medo enorme de cair naquela falha entre o comboio e a plataforma da estação. Mesmo agora, que já tenho as pernas compridas o suficiente para galgar sem problemas esse buraco, olho sempre para baixo e subo muito devagar. Sempre tive medo de cair em buracos assim. Por isso gosto daqueles avisos ingleses. Mind the gap. Mas agora que penso neles, penso em como uma vírgula no espaço do meio muda completamente o sentido da frase. Mind, the gap. Sim. É uma grande falha. A minha mente. Tenho medo de lá cair como as falhas entre a plataforma e o comboio. É um buraco. Entre
De que vale a pena? Responde-me. Porquê? Porque é que voltamos sempre a isto, mesmo sabendo que vai acabar. Porque voltamos a convidar para dançar? Porque voltamos a dar a mão? Sabemos que não se pode dançar para sempre. Sabemos que vamos precisar da mão para outra coisa. Outra coisa qualquer. Outra mão, talvez. Pode mesmo chegar a ser menos importante. Mas mesmo assim acabamos por separar as mãos.
Sinto falta do calor da tua na minha. Dos teus dedos calejados pelas cordas da guitarra a apertarem os nós dos meus. As mãos macias que se puxavam, brincavam, acariciavam. Deixaste de tocar a
Continuo assim, como se nada fosse pelas vésperas da minha própria existência. Quero acreditar que há algum sentido para toda esta sucessão de eventos, mas não encontro nada. Gente e objectos surgem à minha volta, por instinto interajo com eles. Puro instinto. Não o faço porque realmente quero mas sim porque o tenho de fazer. Digo isto porque não sei porque o faço. Se soubesse poderia escolher entre fazê-lo ou não. Faria porque assim quereria, não porque algo ou alguém me diz que o tenho de fazer. Vivo assim, à toa. Sem ter consciência do porquê de existir, sem ter sequer a esperança de que algum dia as minhas perguntas terão resposta. Vou vi
Sinto-me farta. Completamente farta. De tudo. De todos. Tédio. Aborrecimento. Rotina. Sempre as mesmas caras. Sempre as mesmas ruas. Estou farta. Não as odeio. Não é isso. O problema está em mim. O pavio acabou-se. O que me fazia viver aqui já não me pode suportar. Gastei os meus créditos. Gastei o ar todo daqui. Sufoco. Atingi a meta. Mas preciso de continuar a correr. Preciso de outra corrida. Vou-me embora. Preciso de me ir embora. Quero ir embora. Mas não vou. Não vou porque estou presa. Presa à rede de segurança. Não me agarro aos trapézios nem desço para o ch
Sempre tive um medo enorme de cair naquela falha entre o comboio e a plataforma da estação. Mesmo agora, que já tenho as pernas compridas o suficiente para galgar sem problemas esse buraco, olho sempre para baixo e subo muito devagar. Sempre tive medo de cair em buracos assim. Por isso gosto daqueles avisos ingleses. Mind the gap. Mas agora que penso neles, penso em como uma vírgula no espaço do meio muda completamente o sentido da frase. Mind, the gap. Sim. É uma grande falha. A minha mente. Tenho medo de lá cair como as falhas entre a plataforma e o comboio. É um buraco. Entre
De que vale a pena? Responde-me. Porquê? Porque é que voltamos sempre a isto, mesmo sabendo que vai acabar. Porque voltamos a convidar para dançar? Porque voltamos a dar a mão? Sabemos que não se pode dançar para sempre. Sabemos que vamos precisar da mão para outra coisa. Outra coisa qualquer. Outra mão, talvez. Pode mesmo chegar a ser menos importante. Mas mesmo assim acabamos por separar as mãos.
Sinto falta do calor da tua na minha. Dos teus dedos calejados pelas cordas da guitarra a apertarem os nós dos meus. As mãos macias que se puxavam, brincavam, acariciavam. Deixaste de tocar a
Current Residence: Somewhere over the rainbow Favourite genre of music: Rock Favourite photographer: Lee Miller Operating System: The one that nature gave me. MP3 player of choice: One that works Skin of choice: I usually like mine. I tried to take it off, but it hurt a bit. Favourite cartoon character: Calvin & Hobbes Personal Quote: "É fofo."
Favourite Visual Artist
Salvador Dali
Favourite Movies
"Freaks", "Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain", "The Dreamers&am
Favourite Bands / Musical Artists
Goldfrapp, Garbage, Portishead, Yeah Yeah Yeahs, The Doors, The Gossip, Radiohead, Massive Attack...
Permite-me a intromissão,por acaso encontrei este link algures (rea) e sem nada para fazer decidi espreitar... Fantástica a tua fotografia, a tua visão. Parabéns beijo Clow