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“O local que eu vivi é assim, pelo tempo que passou, pelas experiencias que eu tive, pelas atitudes de todos... Pelas magias imbuídas em tudo que pude por... Por mim, por eles, por nós.”
Nesta noite, o mundo me reservou uma surpresa.
Além da chuva, do frio, da temperatura amena, durante a noite, eu não fui a lugar nenhum; fiquei em meu próprio mundo, comemorando com seres, amigos e famílias a entrada de um novo ano.
Neste mundo que era idêntico ao meu, a noite estava estrelada, sem chuva nem frio.
Todos bebendo por todos os cômodos da minha casa.
Eu andava e olhava para todos eles, com um leve sorriso.
Pessoas que eu amo.
Seres que eu amo.
Vidas que se juntaram a minha.
E uma pessoa em especial também estava lá, em um momento de descontração, e isso me era reconfortante.
Andando pelo corredor externo da minha casa, eu podia vê-los dentro de cada cômodo, e então, olhei para o alto, queria admirar a noite.
Notei que o céu estava colorido como o universo, com suas cores obscuras e as nebulosas dos universos.
O copo de plástico que eu segurava, estalou um pouco em minha mão, que por um instante era a minha pata, mas ainda assim, era a minha mão.
No céu, era possível ver que a minha casa era protegida pela barreira que eu criei.
Ela ainda estava lá.
Ela estará lá, importa o que aconteça de novo.
Enquanto houver a sua fonte de energia, ela continuará a fazer o que ela foi criada para fazer.
Isso me alivia, pois todos que estavam aqui, continuaram a salvo de qualquer coisa, e eu estou em casa, o que torna tudo mais forte e seguro.
Andando pelo corredor, subo as escadas para a única área acima, e quando vejo, pela barreira, 3 cães são jogados para o chão do terraço, não estavam feridos de forma severa, mas a luta do lado de fora estava severa.
Notei, com olhos arregalados e coração batendo forte, que um dos cães, o do meio, o que estava mais sério e o maior em porte, era um conhecido, e muito próximo ser que eu havia pego para criar.
O seu pelo curto e branco, com machas laranjas e olhos castanhos claros não deixam me enganar.
Tantos tão parecidos no meu mundo, que são deixados de lado, por serem “comum”, mas eu os amo, e esse em especial, que eu escolhi pegar para mim, cuidar na medida do meu possível, por puro egoísmo, e além de amigo, concordou ser o meu parceiro protetor.
- Billy – falei, que na hora suas orelhas se levantaram e ele me olhou nos olhos.
Sua reação e expressão se acalmou um pouco, bem pouco.
Timidamente um semblante de contentamento foi visto.
Ele veio até mim e eu lhe fiz carinho.
A minha mão não mais cobria toda sua cabeça, muito menos o corpo.
Era possível ver a musculatura do tronco, das patas traseiras e como tudo era forte e rígido.
- Você está incrível, parabéns – Falei, mesmo não tendo uma resposta.
Os outros dois cães, que certamente eram irmão, estavam tranquilos e sentados, esperando, as vezes se entreolhando curiosos com a situação.
Me levantei e olhei novamente para o céu.
A briga estava feia, mas eu não fui chamado, nem avisado.
Não vou interferir em nada.
- Mas vocês podem ficar, descansem o quanto precisarem – falei para eles, sorrindo como sempre.
Enquanto eu caminhava pela escada, descendo-a, vi pelo corredor, uma cadelinha magra, correndo o mais rápido que podia em direção a escada em que eu estava.
Rápida como um relâmpago, ela me ultrapassou e ficou latindo para o Billy, que estava parado, sério agora, olhando-a latir.
Ela claramente estava nervosa, e impaciente.
Não falo a língua deles, mas olhando a situação, percebi que ela estava a par da situação acima, ela desejava ir junto.
Muito energética, de pelos ralos e curtos de cor marrom, seus olhos castanhos claros, não deixam dúvidas de quem ela era, eu a conhecia também.
- Mas Cuquinha, você não pode ir – falei, esticando a mão para fazer carinho nela e acalma-la, em que a mesma, se virando abruptamente, mostrou as presas e abocanhou a minha mão com os dentes.
Não houve dor, nem machucado. A sua mordida não me fez nada.
Eu pude ver a minha mão ali, protegida da mordida, sentindo apenas uma leva pressão sobre, com certeza, a sensação de não poder morder aquilo que se quer, deveria ser muito pior e angustiante.
Olhei para o Billy, que, assentia a ida dela junto se fosse a sua vontade.
- Cuque! – Gritava um par de vozes femininas atras de mim – Não vá! Por favor! Você precisa ficar conosco!
Duas moças, e irmãs, lindas e morenas, choravam atras de mim, mas a cadelinha já estava decidida.
Ela soltou a minha mão e subiu os degraus restantes ficando atras dos dois cães gêmeos.
Fiz um movimento com a cabeça para aquele que um dia, foi o meu cachorro de casa. Não qualquer um, assim como todos.
O Único.
Fechei um pequeno portão a minha frente de ferro.
- Boa sorte, qualquer coisa, podem ficar e voltar, estarão seguros aqui. Sempre – Falei, ouvindo o choro das duas moças ao fundo, aos prantos.
Eles todos correram e em um piscar de olhos, já estavam correndo pelo céu e ultrapassando minha barreira.
Por um momento, foi possível ouvir o barulho, o som estridente da batalha do lado de fora, e de repente, o silencio e o barulho apenas da festa da casa.
Fiquei olhando o céu com aquela cor de nebulosa multicores.
A minha casa; Eu, estaremos sempre aqui para proteger, tudo o que devemos.
Tantas não sabemos.
E Ainda assim, seguimos acreditando naquilo que temos de mais valioso.
Sinto Saudades.
***
So many things happen.
So many of them we don't know.
And still, we believe that we must go on with is most importante to us.
Miss You.